domingo, 11 de abril de 2010

A possibilidade do imperfeito

Este assunto estava na minha mente há algum tempo e ficava intrigada de como o imperfeito me fascinava. A estética do imperfeito é caótica e sua aparente desordem incomoda, por outro lado, captura o olhar. O imperfeito pode ser uma pessoa, um lugar, uma obra de arte, uma experiência. O imperfeito é fascinante pelo seu choque com a ordem, pela sua lógica própria. O imperfeito diz algo, sendo mais que um contraponto. Assim, o que me fascina acho é a possibilidade do imperfeito em ser tudo menos o que deveria ser. Outra abordagem para a impossibilidade do imperfeito é a sua possibilidade de se tornar perfeito, como sendo algo que não aconteceu, ou seja, uma possibilidade. Mas quando o imperfeito, torna-se perfeito, o encanto se quebra. Sempre me lembro de ficar fascinada com as casas antigas, em ruínas, com as árvores nascendo dentro, o imperfeito. Depois, vieram os tapumes, as fundações, e surge um prédio moderno com vidros verdes e varandas arredondadas com muitos que vemos por ai, padronizado, perfeito, perfeitamente chato, igual. E o homem imperfeito que fascina, apaixona, então vem a mulher cujo troféu é transformá-lo no seu homem perfeito, e intervém e formata e o escraviza. E não entende o porquê que tudo se torna morno. É simples, a perfeição cessou a possibilidade ou será que o imperfeito é que é perfeito?

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